quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pânico na TV é líder do ranking de baixaria elaborado pela Comissão de Direitos Humanos

O programa Pânico na TV, da RedeTV!, foi o líder do 18° Ranking da Baixaria na TV, um serviço da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. A lista dos programais mais denunciados tem, na sequência, os programas: Se liga Bocão, da TV Itapoan (afiliada da Rede Record de Televisão); Brasil Urgente, da RedeTV!; A Fazenda, da Rede Record; e Chumbo Grosso, da TV Goiânia (afiliada a Rede Bandeirantes).

No ano passado, o Pânico na TV ficou na terceira posição. O primeiro lugar foi do programa Big Brother Brasil, da Rede Globo, e o segundo, do Pegadinhas Picantes, do SBT.

O ranking aponta os cinco programas de televisão que mais se excederam com conteúdos de baixo calão. O balanço é feito a cada seis meses e leva em conta o número de reclamações feitas por telespectadores no site http://www.eticanatv.org.br/ ou pelo Disque Câmara (0800 619 619).
Desde 2010, foram feitas 892 denúncias de telespectadores. As reclamações mais comuns são quanto aos conteúdos de apelo sexual, incitação à violência, apologia ao crime, desrespeito aos valores éticos da família e preconceito.

A iniciativa é parte da campanha Quem financia a baixaria é contra a cidadania, uma parceria da Comissão de Direitos Humanos e Minorias com entidades da sociedade civil e tem como objetivo alertar as emissoras, os anunciantes, os telespectadores e o governo sobre os abusos e excessos na programação da televisão brasileira.

"Especialistas da campanha fazem um parecer sobre o conteúdo dos programas e encaminham para o Ministério Público, Ministério da Justiça, a emissora infratora e os anunciantes, para que sejam tomadas as providências. Em casos extremos, algumas emissoras são obrigadas a retirar o programa do ar, como, por exemplo, aconteceu com o programa Te vi na TV, do apresentador João Cleber, da emissora RedeTV!," disse Augustino Pedro Veit, coordenador da campanha.


Programa pânico

A(s) denúncia(s) é (são):
- De um modo geral as denúncias são
genéricas, uma vez que relatam a má qualidade do
programa.

- Específica, pois denunciam fatos concretos.
As reclamações mais recorrentes são de incentivo
à violência, exposição ao ridículo, desrespeito às
pessoas, abuso do nudismo, atentado ao pudor e
tratar com escárnio doenças como transtorno
bipolar, nanismo e gagueira.

Descrição do fato específico, se
cabível (incluir data):
- A maioria das denúncias
(19 dos 25 telespectadores
que citaram um quadro
específico) se refere ao
“Momento Amy
Winehouse” e está
diretamente relacionado às
reclamações de incentivo à
violência e desrespeito às
pessoas. A maioria das
denúncias cita o programa

Conteúdo do parecer
O programa Pânico na TV! ficou em segundo lugar no ranking de denúncias feitas à
Campanha “Quem financia a baixaria é contra a cidadania” em 2008. As acusações
continuaram no ano de 2009 e das 69 denúncias enviadas por telespectadores, 41 dizem
respeito ao incentivo à violência, 13 à exposição do ser humano ao ridículo, 8 ao
desrespeito às pessoas e 7 de abuso do nudismo.


Dicas de Marcos Chiesa: o quadro é sempre temático, a cada semana é escolhido
um assunto sobre o qual o humorista Marcos Chiesa (Bola) dá dicas de como realizar
determinadas atividades. O apresentador sempre se caracteriza de forma escrachada e se
submete a situações de caráter masoquista. No dia 24/05/2008 o tema do quadro foi
“Aprenda a ser um super-herói com Marcos Chiesa”, onde o apresentador dava “dicas”
de como ser um super-herói.
Outro problema no quadro analisado é a reforço de esteriótipos. A reprodução de
preconceitos fica clara quando o apresentador é obrigado a beijar uma mulher
considerada fora dos padrões de beleza impostos pela mídia, como castigo por ter
perdido um jogo de azar. Fazer piada e julgar penoso o fato de um homem beijar uma
mulher acima do peso reforça a idéia de que só quem é belo é normal e emprega
linguagem estereotipada, ofendendo o público que se reconhece naquela mulher. Além
disso, a piada também incita o machismo e a discriminação contra a mulher.


José Toalha: o quadro consiste em um personagem chamado José Toalha, que
cobrindo sua nudez com a famigerada tarja preta, dá toalhadas em pessoas desavisadas.
Essas pessoas aparentemente (pelo menos é o que o programa propõe) são homens,
pegos de surpresa enquanto urinam em mictórios de banheiros públicos. As imagens são
feitas através de câmera escondida posicionada estrategicamente; simultaneamente às
toalhadas, ouve-se o familiar som do estalido do chicote de uma propaganda do famoso
personagem Beto Carreiro. Ademais, não propõe ultrapassar o óbvio. Seguindo a tônica
da violência gratuita, e da tradição da pegadinha, o programa através desse quadro
promove a violência, a quebra da privacidade, o desrespeito. Aparentemente, as vítimas
são completos anônimos. Se há embuste em relação à autenticidade da pegadinha, não
importa, pois o que salta é a naturalização desse tipo de violência, sugerindo que sim, é
legítimo fazer terceiros passarem por esse tipo de situação em nome do efeito cômico
duvidoso, que obviamente é vantajoso apenas para a emissora. Portanto, o quadro José
Toalha, fere em primeiro lugar a vítima da pegadinha; e obviamente incentiva ou
naturaliza ações violentas desse tipo, como se a comicidade justificasse os meios para
obtê-la.

Pânico Delivery: O quadro é apresentado por três integrantes da equipe Pânico –
Marcos Chiesa (Bola) e as Panicats Dani Bolina e Elisiane Benites (Piu Piu). A equipe
sai pelas noites da cidade, para em certo evento badalado e escolhe o ‘bebum’ da noite,
aquele que deverá ser levado para casa na limusine do programa, enquanto seu carro é
guiado por um motorista da própria equipe do programa. Em um primeiro momento, a
seleção é visual: a equipe tenta encontrar no local alguém que apresente sintomas
visíveis de embriaguez. Depois, com a ajuda de uma espécie de bafômetro, a equipe
certifica-se de que o escolhido realmente está com níveis de álcool acima do
aconselhável. A pessoa selecionada, quase que excepcionalmente homens, é levada para
casa, toma banho dado pelas Panicats e é colocada na cama para dormir.
O quadro fere alguns princípios que regem a campanha
conta a cidadania
Deputados. O primeiro princípio, em que não será considerada legítima a exposição de
pessoas ao ridículo e o sexto princípio, que preconiza que a televisão não deve incitar
ao machismo.
O quadro “Pânico Delivery”, em um período de 6 (seis) meses de apuração, recebeu
uma citação das denúncias dirigidas ao programa. Dentro desta citação, enquadram-se
as temáticas ‘desrespeito às pessoas’ e ‘exposição ao ridículo’. Do direito à imagem,
resguardado pelo inciso Décimo do Artigo 5º da Constituição Federal, temos que:
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
relevante se põe sobre a utilização do cômico em detrimento da imagem da pessoa.
No percurso, tal personagem é exposta ao ridículo e tem seus conhecimentos testados em exercícios de
raciocínio e capacidade cognitiva. Na base dessa construção, temos a perpetuação de
dois estereótipos: primeiro o do bêbado engraçado; depois o da mulher objeto.
O fato de o Pânico Delivery resgatar somente homens colabora para essa visão de que o
homem embriagado é fato socialmente tolerado, permitido e, seguindo a linha do
programa, engraçado. Constrói-se, assim, a imagem de que só homens bebem (muito),
que isso é normal, e que ainda podem ser recompensados por isso.


Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/cotidiano/ranking-de-baixaria-da-comissao-de-direitos-humanos-da-camara-tem-o-panico-na-tv-como-lider/41714/

mais informaçoes sobre o ranking de baixaria é so acessar o site:
http://www.eticanatv.org.br/
sãoQuestão
Quem financia a baixaria é, da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos

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